RETIRO ESPIRITUAL DO PAPAAbade beneditino: tornar nossas cidades símbolos de paz

No início de sua fala, o abade retomou a mensagem escrita pelo Papa Francisco, para o aniversário da Pontifícia Academia para a Vida. Nela, o Pontífice afirma que a comunidade humana é o sonho de Deus desde antes da criação do mundo. “Poderíamos quase dizer que Giorgio La Pira sonhou o sonho de Deus”, afirmou o monge, que prosseguiu: “Não é um trocadilho, pois neste seu sonho, nesta sua paixão, também muitas vezes incompreendido por homens da Igreja do seu tempo, bem como de grande parte da sua gente, estava realmente uma percepção muito alta do mistério que habita cada cidade”.

O abade beneditino de San Miniato no Monte, Bernardo Francesco Maria Gianni, ofereceu nesta segunda-feira, 11, sua segunda meditação para o Papa Francisco e os membros da Cúria Romana, reunidos desde a tarde deste domingo, 10, em Ariccia, na Casa do Divino Mestre, para a semana de Exercícios Espirituais. A reflexão do monge recorda Giorgio La Pira, o prefeito de Florença construtor de paz, que sonhava e queria uma cidade símbolo de beleza, fraternidade, acolhida universal e amor cristão no modelo da Jerusalém descrito pelo profeta Isaías no capítulo 60.

O projeto de Giorgio La Pira não contemplava somente Florença, comentou o abade beneditino, todas as cidades do mundo entendidas como espaço de reconciliação, de paz, de encontro. O sonho de La Pira era, segundo o pregador, o de reagir a um mundo muitas vezes condenado pelo desespero, pela resignação e pelas trevas que muitos acreditam serem invencíveis. O abade de San Miniato no Monte, falou também de uma “misterialidade universal” que leva cada cidade a redescobrir a sua verdadeira vocação, o de ser reflexo de uma Jerusalém celeste, onde as pessoas vivem coesas, animadas por desejos ardentes e grandes esperanças.

Um sonho, disse ainda o monge, que longe de ser uma divagação irracional de sonho e sem algum significado é, ao invés, tão concreto que chega a abrir o horizonte à ação de Deus. “Revisitar as cidades, renová-las na base e no topo, como escrevia La Pira, torna-se, portanto, fundamental para o bem das pessoas e das estruturas políticas, técnicas e econômicas”, sublinhou.

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